sábado, 28 de julho de 2012

POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE INTEGRAL DE LÉSBICAS, GAYS, BISSEXUAIS, TRAVESTIS E TRANSEXUAIS


                                                         MINISTÉRIO DA SAÚDE


POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE INTEGRAL DE LÉSBICAS, GAYS,
BISSEXUAIS, TRAVESTIS E TRANSEXUAIS

Brasília – DF
20101
SUMÁRIO
Apresentação......................................................................................................... 2
1. Introdução.......................................................................................................... 4
2. A Luta pelo Direito à Saúde de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e
Transexuais ........................................................................................................... 6
3. Orientação sexual e identidade de gênero na determinação social de
saúde de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (LGBT) ....... 10
4. Política Nacional de  Saúde Integral de Lésbicas, Gays, Bissexuais,
Travestis e Transexuais...................................................................................... 14
4.1. Marca ......................................................................................................... 14
4.2. Diretrizes Gerais ....................................................................................... 15
4.3. Objetivo Geral ........................................................................................... 16
4.4. Objetivos Específicos............................................................................... 16
4.5. Responsabilidades e Atribuições relacionadas à Política .................... 18
4.5.1. Ministério da Saúde e Órgão Vinculados ...................................... 18
4.5.2. Secretarias Estaduais de Saúde..................................................... 20
4.5.3. Secretaria Municipal de Saúde....................................................... 21
5. Referências Bibliográficas ............................................................................. 232
Apresentação
O Ministério da Saúde apresenta a Política Nacional de Saúde Integral de
Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (LGBT) para ser
implementada no  Sistema Único de Saúde (SUS). Sua formulação seguiu as
diretrizes de Governo  expressas no Programa Brasil sem Homofobia,  que foi
coordenado pela Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da
República (SEDH/PR) e que atualmente compõe o Programa Nacional de Direitos
Humanos (PNDH 3).
Desde a década de 80, o Ministério da Saúde adotou estratégias para o
enfrentamento da epidemia do HIV/AIDS e contou para isso com a parceria dos
movimentos sociais vinculados a defesa dos direitos da população de LGBT. Esta
estratégia fortaleceu a participação destes grupos na luta pela saúde.
O posterior reconhecimento da complexidade da saúde de LGBT exigiu que
o movimento social articulasse com outras áreas do Ministério da Saúde e,
conseqüentemente, ampliasse o conjunto de suas demandas em saúde. A
construção desta Política representa esse novo momento, resguardando as
especificidades de lésbicas, de gays, de bissexuais, de travestis e de transexuais
no que diz respeito ao processo saúde-doença.
Portanto esta Política tem caráter transversal e, por isso, envolve todas as
áreas do Ministério da Saúde tais como as  relacionadas à produção de
conhecimento, participação social, promoção, atenção e cuidado.  Sua formulação
contou com participação de diversas lideranças, técnicos e pesquisadores e foi
submetida à consulta pública antes de ser apresentada e aprovada pelo Conselho
Nacional de Saúde (CNS).
Sua implementação requer desafios e compromissos das instâncias de
Governo, especialmente das Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde, dos
Conselhos de Saúde e de todas as áreas do Ministério da Saúde. Da mesma
forma,  é imprescindível a ação da sociedade civil nas suas mais variadas
modalidades de organização que tensionam os governos para a garantia do direito
à saúde. 3
A Política LGBT compõe-se de um conjunto de diretrizes cuja
operacionalização requer planos contendo estratégias e metas sanitárias. Na
condução desse processo deverão ser implementadas ações para eliminar a
discriminação contra lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais. Este deve
ser um compromisso ético-político para todas as instâncias do SUS, de seus
gestores, conselheiros, de técnicos e de trabalhadores de saúde.
MINISTÉRIO DA SAÚDE4

sexta-feira, 27 de julho de 2012


LGBTTTIAQ Identidade, orientação, gênero: quando a diversidade sexual exige um dicionário


Lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais, transgêneros, intersexuais, assexuais e queers

Conceição Freitas - Correio Braziliense


Tudo poderia ser muito simples: o bebê que nasce com dois cromossomos XX, ovários, útero, trompas e vagina é uma menina com destino de mulher. E o que vem ao mundo com cromossomos XY, testículos e pênis é um menino com destino de homem. Mas quando se trata de ser humano, a simplicidade passa longe. Vai daí que o portador de órgãos genitais masculinos pode não se identificar com eles e idem para a portadora de órgãos genitais femininos. Ou pode gostar de suas ferramentas, mas só sentir prazer com ferramentas de mesmo gênero. Ou…

Até aí nenhuma novidade. Desde que o mundo é mundo, há homens que gostam de homens; mulheres, de mulher; de homens que gostam de homem e mulher; homem que tem prazer em se vestir de mulher e homem que quer ser mulher — quer extirpar o pênis e criar uma vagina. E com mulher a mesmíssima coisa. A novidade é que, depois do movimento feminista, do susto que o HIV causou na humanidade, da organização das minorias, a diversidade sexual saiu do submundo e ganhou nome, estudos, instituições de defesa, políticas públicas e paradas gays.

Ponham-se as letras juntas — LGBTTTIAQ (lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais, transgêneros, intersexuais, assexuais e queers) — e dá-lhe confusão. É tanta que a 1ª Conferência Nacional de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais (Brasília, de 5 a 9 de junho passado) começou tentando esclarecer afinal o que é orientação sexual e o que é identidade de gênero (leia quadro).

Muitos não sabem diferença entre um travesti e um transexual. Entre uma drag queen e um crossdresser. Não sabe que existe O travesti e A travesti e que essa diferença é de gênero (masculino e gênero feminino). O que não tem nada a ver com orientação sexual, que é para onde se orienta o desejo de sexo do cidadão ou da cidadã, se para o sexo oposto, o mesmo sexo, os dois. Uma coisa é como a pessoa se sente, (se feminina ou masculino), isso é identidade de gênero. A outra é com quem ela tem prazer, isso é orientação sexual. De todo modo, categorias e conceitos também superquestionados (leia box).

Seria simples se o humano fosse que nem os animais irracionais: a biologia define o sexo (ainda que haja pesquisadores apostando que existem, por exemplo chimpanzés gays). Lá se vão mais de 30 anos, e já não era nenhuma novidade, quando o antropólogo norte-americano Marshall Shallins disse que a sexualidade não é um fato biológico, “pois nenhuma satisfação pode ser obtida sem atos ou padrões socialmente definidos e contemplados, de acordo com um código simbólico, práticas sociais e propriedades culturais”. Ou seja: as experiências de um ser humano vão definir a sua orientação sexual e a sua identidade de gênero (se ele vai gostar de mulher ou de homem e se vai se identificar como um homem ou uma mulher, independentemente de ter pênis ou vagina).

sábado, 21 de julho de 2012

A experiência transexual no contexto hospital




(versão preliminar)

Dra. Berenice Bento
(pesquisadora associada do Departamento de Sociologia da Universidade de Brasília-Brasil)
 

O objetivo desse artigo é apresentar e problematizar os critérios definidos nos
protocolos médicos para a produção do diagnóstico médico sobre os/as demandantes às
cirurgias de transgenitalização. Dividiremos as discussões em duas partes. Na primeira, nos
aproximaremos das definições consagradas nos documentos oficiais
1
 que determinam os
procedimentos que se devem seguir para a produção do diagnóstico. Na segunda, veremos
como estes procedimentos são vivenciados no quotidiano hospitalar pelos/as transexuais.
Antes, porém, faremos um breve apartado histórico com o objetivo de contextualizar a
problemática transexual
2
.
1. Uma aproximação histórica
Em 1910, o sexólogo Magnus Hirschfeld utilizou o termo “transexualpsíquico” para se
referir a travestis fetichistas (Castel, 2001). Este termo voltou a ser utilizado em 1949, quando
Cauldwell publica um estudo de caso de um transexual que queria se masculinizar.  Neste
trabalho são esboçadas algumas características que viriam a ser consideradas como exclusivas
dos/as transexuais. Até então, não havia uma nítida separação entre transexuais, travestis e
homossexuais.
 Na década de 1950, começam a surgir publicações que registram e defendem a
especificidade do “fenômeno transexual”. Estas reflexões podem ser consideradas como o
início da construção do “dispositivo da transexualidade”

Despatologização das identidades trans.




Por Berenice Bento
Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, documento oficial da Associação Psiquiátrica Norte-Americana (APA) começou a ser publicado em 1952 (1). Em 2013 será publicada a 5ª. versão do. Desde que o gênero passou a ser uma categoria diagnóstica, no início dos anos 1980 (4ª. versão do DSM), é a primeira vez que ocorre um movimento globalizado pela retirada da transexualidade do rol das doenças identificáveis como transtornos mentais. De forma rizomática, o movimento “Pare a Patologização!”consegue adesões em vários países, o que revela não só a capacidade de resistência de múltiplas vozes que se unem contra o poder da APA, mas também o alcance e poder da APA.

Quem são os(as) normais e os(as) transtornados(as) de gênero?
A Campanha pelo fim do diagnóstico de gênero tem que enfrentar argumentos que utilizam como estratégica discursiva a diferença sexual natural dos corpos como origem explicativa das identidades. Apresentp alguns dos argumentos em defesa da patologização do gênero e sua problematização em blocos. Ressalto a preferência, aqui, em nomear “patologização do gênero” em vez de “psiquiatrização do gênero”, por entender que há um conjunto de saberes polimorfos que se articulam para produzir as normas e os normais de gênero. Embora o DSM seja um documento de caráter psiquiátrico, ele só consegue se materializar em políticas do corpo nos programas de identidade de gênero e em políticas de Estado, uma vez que compartilha com os outros saberes as mesmas bases fundacionais definidoras do gênero.
Argumento I – Diferença natural entre os gêneros
“Transexuais e travestis são doentes porque ou se nasce homem ou se nasce mulher.”
Este argumento circula amplamente em todas as esferas e relações sociais. Contudo, não se pode identificá-lo como pertencente exclusivamente ao chamado senso comum. Aqui, senso comum e pensamento científico hegemônico se retroalimentam, tornando difícil identificar onde começa um e termina outro. O senso comum afirma que é provado cientificamente que homens e mulheres são radicalmente diferentes e nada se pode fazer contra a diferença sexual. O pensamento científico hegemônico se apropria das recorrências observáveis nas relações entre os gêneros para conferir cientificidade aos seus achados, reforçando circularmente a diferença sexual natural.
Caberia aqui uma discussão sociológica, histórica e antropológica das múltiplas configurações e performances de gêneros e de práticas eróticas em outras sociedades e em nossa própria, para sustentar nossa tese de que o gênero é um assunto de poder. Portanto, discutir gênero é se situar em um espaço de lutas marcado por interesses múltiplos. A natureza do gênero é ser desde sempre cultura. Nas últimas décadas, esta disputa interna e externa ao mundo acadêmico ficou explicitada. Cientistas sociais, historiadoras(es), filósofas(os) e alguns setores do ativismo LGBTTI vêm produzindo discursos contra-hegemônicos ao poder/saber da biomedicina.
A tensão desse debate é potencializada quando se faz um recorte vinculando-o às questões das pessoas transexuais e travestis. Nesse momento, emerge outras configurações discursivas apresentadas a favor da manutenção do gênero como categoria diagnóstica.
Argumento II – A visão suicidógena

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Reflexão



O homem tende a se livrar do preconceito a partir do momento em
que tem acesso a um conhecimento científico do problema. O preconceito não é inato e se apresenta como um produto da desinformação.
Os problemas dos transexuais não cessam com a realização das
cirurgias, pois as dificuldades não são apenas médicas; elas são
também éticas, jurídicas, religiosas, sociais etc.
Os transexuais não querem favores, querem igualdade de oportunidades e viver com dignidade e respeito. Destarte, não pode o juiz
estar atrelado a tradições e costumes já superados pela dinâmica da
vida. De que adianta a vida sem poder sentir-se vivo?





O biodireito de mudar: Transexualismo e o direito ao verdadeiro eu

Fonte do texto : www.ambito-juridico.com.br


O biodireito de mudar: transexualismo e o direito ao verdadeiro eu.


Edna Raquel Hogemann, Marcelle Saraiva de Carvalho


Resumo: Este ensaio promove uma reflexão, não exaustiva, sobre o transexualismo, em seus aspectos sociais, médico-legais e bioéticos. Tal debate se revela urgente e necessário, na medida em que o avanço e complexização das relações sociais colocam na ordem do dia temas multidisciplinares que antes eram tidos como verdadeiros tabus ou considerados secundários para o Direito. O transexualismo é um destes temas. O estudo traz à tona discussão de singular importância relativa ao direito à isonomia, uma das matrizes fundamentais do constitucionalismo moderno. Evidencia o quanto esse parâmetro pode ser cruel e o quanto é preciso ir-se além da própria idéia de diferença, observando a multiplicidade de singularidades, de expressões e de formas de ser do sujeito. O percurso dos interessados na mudança de sexo é difícil, repleto dos mais variados óbices, sendo certo que, muitas vezes, o Poder Judiciário se revela como consolidação do sofrimento e legitimação da exclusão social.



Abstract: This essay does a reflection not exhaustive, on transsexualism in its medical-legal aspects and bioethical issues. This debate reveals urgent and necessary, to the extent that the advancement of social and cumbersome put on the agenda of multidisciplinary themes that were once held as true taboo or considered secondary to the Law. Transsexualism is one of those issues. The study brings up discussion of singular importance on the right to equal protection, one of the fundamental matrix of modern constitutionalism. Highlights how this parameter can be cruel and how we must go beyond the very idea of difference, noting the multiplicity of singularities, expressions and ways of being of the subject. Pathways of interest in sex change is difficult, full of a variety of obstacles, given that often the judiciary is revealed to be consolidating the legitimacy of the suffering and social exclusion.

Keywords: transsexuality, human dignity, bioright.

Sumário: Introdução; 1. A identidade do transexual  - identidade de gênero; 1.1 Paradigmas sexuais: as espécies de diferenciações sexuais; 1.2  Processo de redesignação psicossocial; 1.3 Integridade física e a operação de mudança de sexo; 2. O fenômeno transexual e o biodireito: noções sobre o campo; 3. Alteração do nome civil e da identidade de gênero; 3.1  Os reflexos da alteração da identidade sexual no direito social: uma questão de Ética e Justiça; 3.2   O acesso á terapia para “mudança de sexo” no Sistema Único de Saúde (SUS); Considerações finais; Referências bibliográficas.

INTRODUÇÃO

A evolução e a complexização das relações sociais faz necessária a discussão de temas que antes eram considerados secundários para o Direito. O transexualismo é um tema que envolve inúmeras áreas de conhecimento, sendo imperioso a analise jurídica aliada a outros ramos da ciência para a efetivação dos direitos fundamentais destas pessoas que, na maioria das vezes, são taxadas de ‘anormais’, vivendo à margem da sociedade.

* Quero que tudo seja intenso, exagerado e louco. Porque só assim fico satisfeita ! * (Clarice Lispector)


Um pouco sobre mim


Bom, vou tentar falar um pouco sobre minha experiência de vida.
Sou de uma fámilia um tanto conservadora, quando se trata de sexualidade,
desde os meus 4 anos de idade, percebi que sou um pouco diferente da maioria.
Não só no sentido de orientação sexual, mas também no sentido de como encarar
a vida,com 5 anos de idade, comecei a rejeitar comer carne, simplesmente por não
ver a carne como um alimento...Bom até ai tudo bem, hoje em dia já não é tão
estranho ser vegetariano, mas na minha infância, era um pouco difícil, pois até
minha família acostumar com a ideia, foram muitos anos.
Ainda na infância.com 5 anos de idade,minha avó materna me pegou vestindo uma
meia calça da minha mãe, eu não tinha ideia que a partir desse momento minha vida
tomaria outro rumo,ela me levou para fundo do quintal, e me deu o sermão mais
marcante da minha vida,não sei se meus pais ficaram sabendo, pois se ficaram,
nunca conversaram comigo sobre o assunto, me lembro que ela disse coisas sobre
o diabo manipular as mulheres, com roupas, maquiagens e tudo mais que deixaria
uma criança apavorada,desde então eu tentava me enquadrar com os meninos da
minha idade,mas por uma questão de afinidade me interessava mais com o mundo
das meninas,acho que pelo fato,dos meninos serem de uma certa forma mais cruéis
nas atitudes e brincadeiras,ainda tinha a questão, de tirarem sarro sob o fato de eu
não comer carne,e muitas vezes serem cruéis com alguns animais, pois sabiam que
eu me incomodaria.
Mas sem perceber, até mesmo porque nasci homem e fui educada como tal, acabei
criando uma carapaça em torno de mim, deixando minha admiração pelo mundo feminino
em segundo plano, pois na minha cabeça realmente aquilo ficou confuso e pra não dar
mais um motivo pra ser alvo de tiração de sarro e tudo mais, achei que seria melhor
viver como um menino, desde então, nunca mais deixei que alguém soube-se sobre
esse meu lado feminino, escondendo ele, até de mim mesma.
Já na adolescência, tinha a ideia que esse episódio, era uma coisa de criança, e que eu
seria hetero sexual, até meus 22 anos, tinha uma luta constante comigo mesma,
pois buscava ter relacionamentos com mulheres,e isso muitas vezes era desgastante
pondo em vista, que as mulheres que tive relacionamentos, cobravam de mim uma
certa conduta, conduta essa imposta por uma sociedade totalmente machista e que
de certa forma não me agradava.
Mas como já conheço um pouco sobre o mundo, e sei de todos os preconceitos em cima
de pessoas transexuais, resolvi primeiro, moldar meu interior. Aceitar que esse lado
feminino faz parte de mim,e principalmente ficar bem comigo mesma.
Faz 6 anos que venho readequando minha vida ao que sinto que sou, ou seja mulher.
Á alguns meses, comecei com o tratamento hormonal para readequação sexual,com isso
vem algumas mudanças, tanto físicas como psíquicas, criei esse blog mais no sentido de
desabafar e também compartilhar minhas experiências, sempre que puder, vou estar aqui
dizendo um pouco sobre essa nova fase.

ABS, espero que gostem ... bjinhos da Carla    . Campo Grande.MS 06/06/2012

sexta-feira, 13 de julho de 2012

Ótimo documentário sobre Transexualidade

MEU EU SECRETO - Histórias de Crianças Transgêneras

          Parte : 1
          Parte : 2
          Parte : 3
          Parte : 4
          Parte : 5



Transexualidade, Disforia de Gênero, Transtorno de Identidade de Gênero




O que é transexualidade?

Transexualidade, Transexualismo, Síndrome de Harry Benjamin, Transtorno de Identidade de Gênero, Disforia de Gênero ou ainda Disforia Neurodiscordante de Gênero são expressões referentes à mesma coisa: a condição na qual a pessoa se identifica psicologicamente como sendo do gênero oposto ao seu sexo genético e sente impropriedade em relação ao próprio corpo. Esta condição por via de regra gera um desconforto emocional e psicológico ao transexual, por isso existe a iniciativa de “transitar” (por meio de tratamento hormonal e cirurgias de redesignação sexual) de um gênero anatômico a outro. O termo clínico mais recomendado hoje em dia é Disforia de Gênero, bem como Transexualidade.

Um transexual female-to-male (FTM, homem transexual) é alguém que sente que o seu gênero é masculino, embora tenha nascido com corpo feminino; um transexual male-to-female (MTF, mulher transexual) é a pessoa que sente que o seu gênero é feminino, embora tenha nascido com corpo masculino.

Os intersexuais (hermafroditas), pessoas com características físicas ou genéticas de um sexo indefinido, não são a priori considerados transexuais.

Muitas vezes os transexuais sabem que se sentem do gênero oposto ao sexo biológico desde que são crianças (mais ou menos aos 6 anos de idade). Normalmente eles expressam o desejo de pertencer ao sexo oposto, preferem brinquedos ou brincadeiras do sexo oposto etc. Por exemplo, um menino transexual pode expressar o desejo de se vestir com roupas de menino, preferir carrinhos a bonecas, futebol a brincar de casinha.

Contudo, embora transexuais muitas vezes apresentem estes desejos quando crianças, não necessariamente uma criança que expresse esses desejos é transexual. Existem crianças que podem expressar esses desejos e incertezas com relação ao gênero ao qual pertencem, mas que perdem o interesse em pertencer ao sexo oposto durante a adolescência.

Também há casos em que um transexual apenas começa a expressar o desejo de pertencer ao gênero oposto ao seu sexo genético já na adolescência, ou na fase adulta.

sábado, 7 de julho de 2012

Jornalista cristão homofóbico

Infelizmente as vezes topamos com certos absurdos, estava navegando na internet, e encontrei  um blog que se diz cristão, com a notícia destacando de que o SUS gasta 12 mil reais,com cirurgias para transexuais, e outros setores da saúde em precariedade.
Lembrando que é um blog cristão e o dono do blog se apresenta assim :


Vanderlúcio Souza
Estudante de jornalismo e blogueiro. Como cristão busco ser um colaborador da verdade como convida o papa Bento XVI. Sou engajado na Igreja desde minha infância. No ANCORADOURO busco reproduzir temas do cotidiano à luz dos princípios e valores cristãos.


Postei meu comentário mas como já era de se esperar, não foi publicado.

Á notícia :

 11.01.11 11:02
Por: Vanderlúcio Souza | Comentários: 8 Comentários
O Sistema Único de Saúde – SUS – passa a oferecer o (des)serviço de mudança de sexo aos transsexuais. Aos homens se é permitido uma cirurgia na qual se retira o órgão genital. Cada procedimento custa aos cofres públicos mais de R$ 12.000,00.
Para as mulheres, o SUS de São Paulo oferece a retirada de útero e seios, além de implante peniano.
O sistema que apresenta precariedades em serviços básicos se desdobra para realizar procedimentos especializados que convenhamos, não é prioridade, nem caso de saúde pública. E mais uma vez, o brasileiro é quem paga a conta.

Bom, já que meu comentário não foi publicado no blog dele, que se diz jornalista, aqui vai meu comentário : 
CARLA CASTELLANI 07.07.12 | 14:53

Que feio Sr blogueiro, usar um blog com sua audiência, para vomitar uma opinião tosca e sem fundamentos igual essa.
Primeiro, nesse seu conceito, você deveria colocar também, os milhares que o governo gasta com outras questões de saúde também, como por exemplo o alcoolismo o tabagismo,acidentes provocados por motoristas bêbados ,câncer provocado por cigarro e tudo mais, mas pelo jeito o Sr não passa de mais um homofóbico
Antes de postar notícias, com um conteúdo, que não passa de uma simples opinião homofóbica, o Sr deveria ao menos se informar melhor,pois as cirurgias de redesignação sexual,não são, nunca foram e nunca vão ser passadas a frente de outras cirurgias com maiores urgências,bom, mas no seu caso, oquê vale é causar polêmica…. seja feliz !

quinta-feira, 5 de julho de 2012

Poesia e filosofia ( Hilan Bensusan )


Os meninos da minha escola me pareciam maus


(Hilan Bensusan)


Os meninos da minha escola me pareciam maus.
Mas eram de uma maldade que eu tinha que chamar normal.
Eles não tinham paciência e detestavam tudo que era diferente.
Parecia impossível falar com eles, impossível arrancar-lhes o desprezo.
E eu me espantava de ver que eles, mesmo assim maus, não hesitavam nunca.
Tinham umas certezas automáticas, mas intangíveis. E me disseram que
essas eram as certezas normais.
Por muitos anos, tentei concluir o que eles concluíram com poucos anos.
Tentei concluir, que todos eram normais ou inúteis.
Que o que os outros dizem vale mais do que o que eu imagino.
Que quem não faz como os outros, não merece fazer em paz.
Que aquilo que cada um tinha era seu, sagradamente seu.
Nunca concluí nada disto.
(Como é possível, eu pensava, que houvesse tanta lei da selva em uma escola?)
Hoje eu me pergunto: onde estão os meninos maus da minha escola?
Eles estão tomando as decisões em nome de muitos outros
e quase todos eles ainda acham que o que tem, é deles, sagradamente deles.
Eles continuam normais e, escondidos assim, parece que continuam maus.
(Como é possível, eu penso, que quem nunca teve que sonhar decida pelos outros?)
Os meninos da minha escola me pareciam cruéis.
Mas eram de uma crueldade que eu tinha que chamar quotidiana.
Eles não tinham empatia e detestavam tudo o que não era deles.
Quase parecia que eles eram todos máquinas programadas.
Mas as máquinas nunca acham que o que fazem está certo.
Aqueles meninos jamais duvidavam de seus programas,
bons e maus alunos tinham todos os padrões como patrões.
Às vezes, eles pareciam militares pequenos, todos tratando a unhadas e dentadas
tudo o que alguém mandava tratar a unhadas e dentadas.
(Como é possível, eu pensava, que uma escola pareça um quartel?)
Eles tinham o ar de quem sabe, de quem pode, de quem tem.
Como era fácil, para quase todos, terem aquele ar.
Era como se fossem feitos de pretensão e empáfia.
Eram todos jovens e todos sábios.
Hoje eu me pergunto: aonde estão os meninos maus da minha escola?
Eles hoje são donos, são poderosos, são respeitados.
Já na escola tinham o instinto de seus privilégios.
(Como é possível, eu penso, que os mais psicopatas se tornem os mais
bem-sucedidos?)

domingo, 1 de julho de 2012

Para alegrar o coração










Pra você guardei o amor
Que nunca soube dar
O amor que tive e vi sem me deixar
Sentir sem conseguir provar
Sem entregar
E repartir

Pra você guardei o amor
Que sempre quis mostrar
O amor que vive em mim vem visitar
Sorrir, vem colorir solar
Vem esquentar
E permitir

Quem acolher o que ele tem e traz
Quem entender o que ele diz
No giz do gesto o jeito pronto
Do piscar dos cílios
Que o convite do silêncio
Exibe em cada olhar

Guardei
Sem ter porque
Nem por razão
Ou coisa outra qualquer
Além de não saber como fazer
Pra ter um jeito meu de me mostrar

Achei
Vendo em você
E explicação
Nenhuma isso requer
Se o coração bater forte e arder
No fogo o gelo vai queimar

Pra você guardei o amor
Que aprendi vendo os meus pais
O amor que tive e recebi
E hoje posso dar livre e feliz
Céu cheiro e ar na cor que o arco-íris
Risca ao levitar

Vou nascer de novo
Lápis, edifício, tevere, ponte
Desenhar no seu quadril
Meus lábios beijam signos feito sinos
Trilho a infância, terço o berço
Do seu lar

Guardei
Sem ter porque
Nem por razão
Ou coisa outra qualquer
Além de não saber como fazer
Pra ter um jeito meu de me mostrar

Achei
Vendo em você
E explicação
Nenhuma isso requer
Se o coração bater forte e arder
No fogo o gelo vai queimar

Pra você guardei o amor
Que nunca soube dar
O amor que tive e vi sem me deixar
Sentir sem conseguir provar
Sem entregar
E repartir

Quem acolher o que ele tem e traz
Quem entender o que ele diz
No giz do gesto o jeito pronto
Do piscar dos cílios
Que o convite do silêncio
Exibe em cada olhar

Guardei
Sem ter porque
Nem por razão
Ou coisa outra qualquer
Além de não saber como fazer
Pra ter um jeito meu de me mostrar

Achei
Vendo em você
E explicação
Nenhuma isso requer
Se o coração bater forte e arder
No fogo o gelo vai queimar